Num ambiente digital onde cada cêntimo conta, o preço tornou-se um dos fatores mais determinantes para a rentabilidade de um eCommerce. No entanto, muitas empresas cometem erros ao comparar os seus preços com os da concorrência que, em vez de melhorarem os resultados, acabam por reduzir as margens de lucro.
A boa notícia é que a maioria destes erros pode ser corrigida. Neste artigo, analisamos os cinco erros mais comuns na comparação de preços, de que forma afetam a rentabilidade e o que podes fazer para os evitar.
1. Utilizar fontes de dados pouco fiáveis
Um dos erros mais frequentes é basear a análise em dados incompletos ou desatualizados. Muitos retalhistas recolhem preços manualmente, consultando resultados de pesquisa ou marketplaces sem garantir que a informação é precisa.
O problema é que os preços mudam constantemente. Um concorrente pode ajustar o seu catálogo várias vezes por dia, aplicar descontos temporários ou atualizar o stock. Se os teus dados não refletem a realidade do momento, as tuas decisões serão baseadas em informações ultrapassadas.
Imagina que descobres que o teu principal concorrente vende um produto cinco por cento mais barato, mas o preço real já voltou ao normal. Se reduzires o teu para igualar, terás diminuído a tua margem sem necessidade.
A solução passa por usar ferramentas automatizadas de monitorização de preços que atualizam os dados em tempo real, evitando decisões baseadas em perceções erradas.
2. Não segmentar por canal ou marketplace
Muitas lojas online comparam preços de forma global, sem considerar as diferenças entre canais de venda. O que um concorrente faz no seu site pode não coincidir com o que oferece na Amazon, eBay ou Zalando.
Cada canal tem as suas próprias regras de concorrência, comissões e estratégias de visibilidade. Um mesmo produto pode ter preços diferentes consoante o marketplace, o país ou até a categoria onde é apresentado.
Um vendedor pode oferecer um preço mais baixo na Amazon para ganhar visibilidade, mas manter um preço mais alto na sua loja online, onde a margem é maior. Se apenas analisares um destes canais, terás uma visão incompleta do mercado.
Segmentar a análise por canal permite identificar quais as estratégias que funcionam melhor em cada ambiente e otimizar os teus preços com maior precisão.
3. Ignorar preços dinâmicos e mudanças de contexto
A maioria dos concorrentes já utiliza preços dinâmicos, ajustando automaticamente o catálogo conforme a procura, a concorrência ou a disponibilidade de stock. Se a tua análise não tiver isso em conta, estarás sempre um passo atrás.
Não se trata apenas de saber qual é o preço atual de um produto, mas de compreender quando e por que motivo ele muda. Os preços podem variar por hora, pelo volume de tráfego ou por campanhas específicas.
Se comparares preços na segunda-feira de manhã e tomares decisões na quinta-feira, é provável que os dados já não reflitam a realidade do mercado. Nesse intervalo, a concorrência pode ter lançado uma promoção ou alterado o seu algoritmo de pricing.
Para o evitar, é essencial usar uma ferramenta de monitorização de preços da concorrência que detete e registe estas mudanças automaticamente, permitindo-te reagir em tempo real.
4. Desconsiderar custos ocultos e valor percebido
Comparar preços sem incluir todos os fatores que influenciam o custo real é outro erro frequente. Muitos retalhistas igualam ou baixam preços sem ter em conta despesas como portes de envio, impostos ou comissões de marketplace.
Do mesmo modo, ignorar o valor percebido pode levar a decisões erradas. Dois produtos com as mesmas características técnicas podem ter preços diferentes se um pertencer a uma marca com melhor reputação ou oferecer melhores garantias.
Por exemplo, uma loja online que vende um produto premium decide igualar o preço de um concorrente menos conhecido. Embora possa atrair mais cliques, as margens diminuem e o valor da marca pode ser prejudicado.
A análise de preços deve sempre considerar o contexto. Competir apenas pelo preço raramente é sustentável; é igualmente importante competir pelo valor que o cliente percebe.
5. Depender de processos manuais e folhas de cálculo
Por fim, um dos erros mais comuns e dispendiosos é gerir a comparação de preços de forma manual. Rever páginas de produtos, copiar preços ou atualizar células numa folha de cálculo pode parecer simples, mas não é escalável nem fiável.
À medida que o catálogo cresce ou que te expandes para vários marketplaces, estes processos tornam-se insustentáveis. Os erros humanos multiplicam-se e as oportunidades perdem-se.
A automatização é a chave para manter o controlo sem sacrificar tempo nem margem. Ferramentas especializadas, como software de pricing inteligente, permitem centralizar todos os dados, detetar alterações em tempo real e aplicar estratégias mais eficazes baseadas em informação fiável.
Conclusão: precisão e automatização como pilares do pricing moderno
A comparação de preços continua a ser uma prática essencial para qualquer eCommerce, mas fazê-lo sem uma metodologia adequada pode transformar-se numa armadilha para a rentabilidade.
Evitar estes erros e recorrer a soluções avançadas de monitorização ajuda a manter margens saudáveis e permite tomar decisões mais rápidas, seguras e rentáveis.Em suma, o futuro do pricing assenta na precisão e na inteligência dos dados. As empresas que souberem tirar partido destas ferramentas estarão sempre um passo à frente na corrida pela competitividade.






